Essa Tática de Alimentação Me Salvou da Autossabotagem

A cena era dolorosamente familiar. Eu começava a semana motivado, com a geladeira cheia de alimentos saudáveis e a promessa de que, desta vez, seria diferente. E por alguns dias, era. Eu comia bem, me sentia bem, orgulhoso do meu progresso. E então, o gatilho. Um dia estressante no trabalho, uma noite de solidão, uma pequena frustração. E era como se um interruptor fosse acionado na minha cabeça.

A voz da autossabotagem começava a sussurrar: “Você merece um descanso”. “Só um pedacinho não vai fazer mal”. “Você já se esforçou tanto, qual o problema?”. E o pior de todos: “Você nunca consegue mesmo, por que não desiste de uma vez?”. E eu cedia. Pedia a pizza, abria o pote de sorvete, comia até passar mal. E o ciclo se completava com a culpa, a vergonha e a renovação da promessa de que, na próxima segunda-feira, seria diferente.

Eu não entendia por que eu fazia isso. Era como se houvesse duas pessoas dentro de mim: a que queria desesperadamente mudar e a que fazia de tudo para minar essa mudança.

A tática que me salvou não foi uma nova dieta ou um superalimento. Foi uma estratégia de guerra. Mas não uma guerra contra mim mesmo. Uma guerra contra o padrão. Eu percebi que a autossabotagem não era um defeito de caráter, mas um hábito acionado por gatilhos previsíveis. E se era previsível, eu poderia me antecipar a ele.

Eu parei de confiar apenas na minha “força de vontade” (que sempre falhava nos momentos de estresse) e comecei a confiar no meu planejamento.

A “Receita” Contra a Autossabotagem: O Plano de Ação

Esta não é uma receita de comida, mas um plano de batalha para a sua mente. É sobre criar um ambiente e um sistema que te protejam de você mesmo nos seus momentos mais vulneráveis.

Dica do Mestre: A autossabotagem prospera no caos e na falta de planejamento. Quando você está cansado e com fome, sua capacidade de tomar boas decisões despenca. O plano de ação é a sua melhor defesa, pois a decisão já foi tomada por você, em um momento de clareza.

 

"Planejar é vencer antes da batalha."

Os 3 Passos do Plano de Ação

1. Identifique Seus Gatilhos (Conheça o Inimigo):

  • A Prática: Pegue um caderno e seja brutalmente honesto. Quais são as situações, emoções ou horários que consistentemente te levam a se sabotar?

    • Exemplos: Chegar em casa exausto do trabalho? Sentir-se sozinho nas noites de sexta-feira? A ansiedade antes de uma grande apresentação? O tédio no meio da tarde?

  • O Propósito: Você não pode lutar contra um inimigo que você não vê. Mapear seus gatilhos é o primeiro e mais crucial passo para desarmá-los.

2. Crie um “Plano B” para Cada Gatilho (Prepare a Defesa):

  • A Prática: Para cada gatilho que você listou, crie uma ação alternativa, um “se-então”.

    • SE eu chegar em casa exausto, ENTÃO eu já terei uma marmita saudável pronta na geladeira, que só preciso aquecer. (Isso remove a desculpa do “não tenho tempo/energia para cozinhar”).

    • SE eu me sentir sozinho na sexta à noite, ENTÃO eu vou ligar para um amigo ou colocar um filme que eu amo, em vez de pedir fast food.

    • SE eu sentir vontade de um doce por ansiedade, ENTÃO eu terei uma “sobremesa de emergência” saudável pronta (como um iogurte com frutas ou as trufas de tâmara e cacau), que satisfaz a vontade sem descarrilar o progresso.

  • O Propósito: O “Plano B” é a sua rota de fuga. Ele te dá uma alternativa clara e fácil quando o impulso da sabotagem atacar, tornando a escolha certa a escolha mais fácil.

3. Pratique a Autocompaixão Radical (Cuide do Soldado Ferido):

  • A Prática: Haverá dias em que, mesmo com todo o planejamento, você vai escorregar. Nesses dias, a tática mais importante é a autocompaixão. Em vez de se chicotear com culpa, trate-se como você trataria um bom amigo.

    • Diga a si mesmo: “Ok, isso aconteceu. Não era o que eu planejava, mas está tudo bem. Não significa que eu sou um fracasso. A próxima refeição é uma nova oportunidade de me cuidar”.

  • O Propósito: A culpa é o combustível da autossabotagem. Ela cria a mentalidade do “tudo ou nada” (“já que estraguei, vou chutar o balde”). A autocompaixão quebra esse ciclo. Ela te permite corrigir o curso rapidamente, sem transformar um pequeno deslize em um grande desastre.

Ao adotar essa abordagem estratégica, você para de ser uma vítima dos seus próprios impulsos e se torna o arquiteto do seu sucesso. Você descobre que a chave para vencer a autossabotagem não é ter mais força de vontade, mas ter um plano melhor.


Quais são os seus gatilhos de autossabotagem?

Se essa jornada de superação ressoou com você, saiba que você tem o poder de quebrar esse ciclo.

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Conte pra gente nos comentários: qual é o seu principal gatilho e qual “Plano B” você poderia criar para ele?

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