No mundo de hoje, o veganismo é um movimento em plena ascensão. Ele está presente em cardápios de restaurantes, prateleiras de supermercados e em discussões sobre saúde, ética e meio ambiente. Para muitos, pode parecer um fenômeno recente, uma tendência do século 21 impulsionada pelas redes sociais e por uma nova consciência global.
No entanto, a verdade é que o veganismo, como um movimento organizado e com um nome definido, é muito mais antigo do que a maioria das pessoas imagina. O termo “vegano” e a primeira sociedade vegana do mundo foram criados há exatos 80 anos, em 1944.
Vamos viajar no tempo para entender como e por que o veganismo nasceu.
As Raízes no Vegetarianismo
Para entender a origem do veganismo, precisamos primeiro olhar para o seu irmão mais velho, o vegetarianismo. Dietas sem carne existem há milênios em diversas culturas e religiões, mas o movimento vegetariano moderno começou a tomar forma na Inglaterra do século 19. Em 1847, foi fundada a primeira Sociedade Vegetariana do mundo.
O foco principal desses primeiros vegetarianos era a abstenção do consumo de carne. No entanto, dentro do próprio movimento, havia um grupo de pessoas que sentia que isso não era suficiente. Eles argumentavam que, se o objetivo era evitar a exploração animal, o consumo de laticínios e ovos também deveria ser questionado, pois a produção desses itens também envolvia o sofrimento e, eventualmente, a morte dos animais.
O Nascimento do “Veganismo”: Donald Watson e a “The Vegan Society”
O ponto de virada aconteceu na Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial. Um marceneiro e professor chamado Donald Watson, que era vegetariano desde a adolescência, tornou-se uma das vozes mais ativas desse grupo mais “radical”.
Ele e outros membros sentiam que suas visões não eram totalmente representadas pela Sociedade Vegetariana. Eles queriam um nome para definir sua filosofia de vida, que ia além da dieta e excluía toda e qualquer forma de exploração animal, incluindo o uso de lã, couro e outros produtos de origem animal.
Em novembro de 1944, Donald Watson e sua esposa, Dorothy, juntamente com outros quatro amigos, se reuniram em Londres e fundaram uma nova organização: a “The Vegan Society”.

A Criação da Palavra “Vegan”
Eles precisavam de um nome. Watson queria algo conciso e que encapsulasse a essência de sua filosofia. Ele pegou as três primeiras letras e as duas últimas letras da palavra “vegetarian” (vegetariano, em inglês) para criar uma nova palavra:
VEGetariAN -> VEGAN
Para Watson, a palavra “vegano” representava “o começo e o fim do vegetarianismo”. Era o ponto de partida lógico e a conclusão ética do movimento.
No primeiro boletim da The Vegan Society, chamado “The Vegan News”, Watson definiu o veganismo como “o princípio da emancipação dos animais da exploração pelo homem”. Ele o descreveu não apenas como uma dieta, mas como uma filosofia profunda que buscava acabar com o uso de animais para alimentação, vestuário, trabalho, caça, vivissecção e todas as outras formas de exploração.
De um Pequeno Grupo a um Movimento Global
O que começou com um pequeno grupo de seis pessoas em Londres, há 80 anos, floresceu e se transformou em um movimento global que hoje influencia a indústria alimentícia, a moda, a cosmética e a consciência de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Então, da próxima vez que você ouvir falar sobre veganismo, lembre-se de que, embora sua popularidade seja recente, suas raízes são profundas. Ele nasceu da coragem de um pequeno grupo de pessoas que, em meio a um mundo em guerra, ousou imaginar uma relação mais compassiva e ética entre os seres humanos e os animais.
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