O ketchup é um dos condimentos mais populares e onipresentes do mundo. Presente em praticamente todas as mesas, lanchonetes e cozinhas, ele é sinônimo de batata frita, hambúrguer e cachorro-quente. Mas você sabia que, no século XIX, o ketchup foi vendido e comercializado como um medicamento? Sim, aquele molho vermelho que você coloca na comida já foi considerado uma cura para diversos males. A história por trás dessa transformação é tão curiosa quanto inesperada.
A origem do ketchup remonta à China antiga, onde existia um molho fermentado de peixe e especiarias chamado “ke-tsiap”. Esse molho foi levado para a Europa por comerciantes, onde foi adaptado com ingredientes locais. No início, o ketchup não era feito de tomate, mas sim de cogumelos, nozes, ostras e outros ingredientes. Foi só no século XIX, nos Estados Unidos, que o tomate se tornou o ingrediente principal.
E aqui entra a parte medicinal. Na década de 1830, um médico americano chamado Dr. John Cook Bennett começou a promover o tomate como um alimento extremamente saudável, rico em nutrientes e capaz de curar uma série de doenças, desde problemas digestivos até diarreia e icterícia. Ele criou uma receita de ketchup de tomate concentrado e começou a vendê-lo em forma de pílulas, alegando que era um remédio milagroso. O “Extrato de Tomate do Dr. Bennett” se tornou um sucesso comercial, e logo outros fabricantes começaram a vender suas próprias versões de ketchup medicinal.
Claro,
as alegações médicas eram exageradas e não tinham base científica sólida. Com o tempo, ficou claro que o ketchup não curava doenças, e a moda das pílulas de ketchup desapareceu. Mas a popularidade do ketchup como condimento continuou a crescer. No final do século XIX, empresas como a Heinz começaram a produzir ketchup em larga escala, padronizando a receita e transformando-o no molho que conhecemos hoje.
É interessante notar que, embora as alegações medicinais fossem infundadas, o tomate de fato é rico em licopeno, um antioxidante poderoso, e em vitaminas. Então, de certa forma, o Dr. Bennett não estava completamente errado sobre os benefícios do tomate, apenas exagerou nas promessas.
Da próxima vez que você espremer ketchup na sua batata frita, lembre-se de que está usando um condimento que já foi vendido em farmácias como remédio. É a prova de que a história dos alimentos é cheia de reviravoltas surpreendentes e divertidas.