Se você conhece bem esse ciclo, sabe como ele funciona. Começa com uma restrição severa, uma lista de alimentos “proibidos”. A pressão aumenta até que você “cede”. E então, a porta se abre para o excesso. “Já que eu errei, vou chutar o balde de vez”. A festa do excesso é sempre seguida por uma ressaca moral: a culpa. Pesada, paralisante. E o que a culpa te diz para fazer? Voltar à estaca zero, com uma restrição ainda maior. E o ciclo recomeça.
Eu vivi dentro dessa montanha-russa por anos. Cada volta me deixava mais exausto, mais frustrado e com a autoestima mais baixa. Eu tentava de tudo: dietas novas, aplicativos, promessas. Nada funcionava.
Até que eu descobri a pequena mudança que não exigia um novo cardápio ou um aplicativo caro. Exigia apenas uma troca de palavras. Uma troca que, no papel, parece boba, mas que na prática, foi a chave que me libertou.
A mudança foi parar de pensar em termos de “PODE” e “NÃO PODE” e começar a pensar em termos de “COMO ISSO VAI ME FAZER SENTIR?”.
A Tirania do “Pode ou Não Pode?”
A mentalidade do “pode/não pode” é a base do ciclo de culpa e excesso. Ela cria uma guerra dentro de você.
“Não pode”: Transforma comida em tabu. Um bolo de chocolate não é apenas um bolo; ele se torna um objeto de desejo proibido, o que só aumenta seu poder sobre você.
“Pode”: Geralmente se aplica a um grupo restrito de alimentos “seguros”, tornando a alimentação um campo minado, cheio de regras e ansiedade.
Viver assim é mentalmente esgotante. Não há espaço para o contexto, para o prazer ou para a intuição.
A Liberdade do “Como Isso Vai Me Fazer Sentir?”
Trocar a pergunta mudou o jogo completamente. Antes de comer qualquer coisa, eu comecei a fazer uma pausa e a me perguntar, honestamente:
“Como comer esta salada gigante no almoço vai me fazer sentir às 15h?”
Resposta provável: Leve, com energia, sem sono, produtivo.
“Como comer esta barra de chocolate inteira agora vai me fazer sentir em 30 minutos?”
Resposta provável: Um pico de euforia seguido de moleza, talvez uma leve dor de cabeça, e provavelmente culpa.
“Como comer um pedaço deste chocolate, saboreando lentamente, vai me fazer sentir?”
Resposta provável: Satisfeito, com meu desejo atendido, sem culpa e no controle.
“Como comer esta feijoada no almoço de domingo com a família vai me fazer sentir?”
Resposta provável: Feliz, conectado, um pouco pesado talvez, mas faz parte da celebração.
Percebe a diferença? A decisão deixa de ser uma regra externa e passa a ser uma escolha interna, baseada no autocuidado e no auto-respeito.
Por que Essa Pequena Mudança é Tão Poderosa?
Devolve o Poder a Você: Você não é mais uma vítima de uma lista de regras. Você é o protagonista que decide ativamente o que é melhor para si em cada momento.
Elimina a Culpa: Se a escolha foi sua, baseada em como você queria se sentir, não há espaço para culpa. Se o resultado não foi o esperado, não foi um “erro”, foi um aprendizado. “Ok, comer isso não me fez sentir bem, da próxima vez farei uma escolha diferente”.
Promove o Equilíbrio Natural: Essa pergunta te guia naturalmente para o equilíbrio. Você aprende que comer alimentos nutritivos na maior parte do tempo te faz sentir bem, e que comer alimentos de puro prazer em momentos específicos, com consciência, também te faz sentir bem. Não há mais guerra.
Essa mudança não é uma solução mágica, mas é uma ferramenta libertadora. É o primeiro passo para sair da mentalidade de dieta e entrar em uma parceria com seu corpo, onde as decisões são tomadas com base no bem-estar, e não no medo.
Você está preso no ciclo da culpa e do excesso? Que tal experimentar essa pequena mudança? 👇
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