Cresci com uma certeza: o amor do meu pai podia ser servido numa tigela. Em cada febre, resfriado ou simplesmente num dia triste, ele aparecia com sua famosa canja de galinha. Não era uma sopa qualquer. Era um caldo dourado, cheio de pedacinhos de frango, legumes picados com precisão e um tempero que, eu jurava, era mágico. Para mim, aquele era o sabor do cuidado.
Ele me servia com um sorriso, dizendo: “Toma, filha, isso aqui cura tudo”. E curava mesmo. Curava o corpo cansado e, principalmente, a alma.
Hoje, os papéis se inverteram. Ao entrar em casa, encontrei meu pai, meu herói de tantos anos, deitado no sofá, abatido por uma gripe forte. O homem que sempre cuidou de mim agora precisava de cuidado. E, sem hesitar, eu soube exatamente o que fazer. Fui para a cozinha, o seu santuário, para preparar a receita que ele me ensinou com tanto afeto.
Hoje, foi a minha vez de retribuir.
Esta não é apenas uma receita de canja. É a receita do meu pai. É a materialização do amor, do carinho e da gratidão que sinto por ele. E hoje, eu a compartilho com você.
A Canja de Galinha que Abraça por Dentro
Esta sopa é mais do que alimento; é conforto líquido. Perfeita para aquecer, nutrir e mostrar o quanto você se importa.
Dica do Mestre: O segredo do meu pai era sempre usar um bom caldo de frango caseiro e não ter pressa. Deixar a sopa apurar em fogo baixo é o que une todos os sabores e cria a mágica.
Ingredientes
1 peito de frango grande, com osso (o osso dá mais sabor!)
2 litros de água
1 cebola grande picada
2 dentes de alho amassados
2 cenouras médias, em cubinhos
2 talos de salsão picados
1 batata média, em cubinhos
½ xícara de arroz branco
Sal e pimenta do reino a gosto
Salsinha e cebolinha frescas picadas para finalizar
Um fio de azeite de oliva
Modo de Preparo: Um Ritual de Amor
O Início de Tudo (O Caldo): Em uma panela grande, coloque o peito de frango, a água, metade da cebola, um dente de alho e uma pitada de sal. Leve ao fogo alto e, quando ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 40 minutos, ou até o frango ficar bem macio.
Desfie o Frango: Retire o frango do caldo (reserve o caldo na panela!) e espere amornar. Desfie toda a carne e descarte os ossos.
Refogue o Sabor: Na mesma panela com o caldo, ou em outra se preferir, aqueça um fio de azeite. Refogue a outra metade da cebola e o alho restante até ficarem dourados e perfumados.
Adicione os Legumes: Acrescente a cenoura, o salsão e a batata. Refogue por 5 minutos, mexendo sempre.
Una Todos os Elementos: Despeje o caldo de frango coado na panela com os legumes. Adicione o frango desfiado e o arroz. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto.
A Mágica do Fogo Baixo: Deixe a sopa cozinhar em fogo baixo, com a panela semi-tampada, por cerca de 20-25 minutos, ou até o arroz e os legumes estarem bem cozidos. Mexa de vez em quando para não grudar no fundo.
O Toque Final: Desligue o fogo, adicione a salsinha e a cebolinha frescas e misture. Sirva a canja bem quente.
Enquanto eu levava a tigela fumegante para o meu pai, vi em seus olhos o mesmo orgulho que eu sentia quando ele cuidava de mim. O sorriso cansado que ele me deu ao provar a primeira colherada foi a maior recompensa. O amor, afinal, é um ciclo. E hoje, eu fechei um dos mais bonitos da minha vida.
Cozinhar é uma forma de amar. Concorda?
Se esta história e esta receita tocaram seu coração, imagine quantas outras memórias podemos criar juntos na cozinha.
Siga nossas redes sociais para encontrar mais pratos cheios de sabor e afeto. Queremos fazer parte do seu dia a dia!
E você, qual receita te lembra alguém especial? Conte pra gente nos comentários! Sua história pode inspirar outras pessoas a também retribuírem o amor que receberam.
