O Erro ao Preparar a Carne Vermelha Que Eleva o Colesterol Ruim

A carne vermelha é um dos alimentos mais controversos na nutrição. Para muitos, é uma fonte insubstituível de proteína, ferro e vitamina B12. Para outros, é um vilão associado a doenças cardíacas e, principalmente, ao aumento do colesterol LDL, popularmente conhecido como “colesterol ruim”.

A verdade, como muitas vezes acontece na nutrição, está no meio-termo e, crucialmente, nos detalhes do preparo. Não é apenas a carne vermelha em si que é o problema, mas sim o tipo de carne que você escolhe e, principalmente, o erro que você comete ao cozinhá-la.

O erro mais comum que pode transformar um pedaço de carne em um gatilho para o aumento do colesterol ruim é: ignorar a gordura visível e usar métodos de cozimento que a mantêm (ou até a adicionam) no prato final.

O Verdadeiro Vilão: A Gordura Saturada

Antes de culpar a carne, precisamos entender o verdadeiro inimigo do colesterol LDL: a gordura saturada. É o consumo excessivo deste tipo de gordura que sinaliza ao nosso fígado para produzir mais colesterol LDL, que pode se acumular nas artérias e levar a problemas cardíacos.

A carne vermelha, por natureza, contém gordura saturada. No entanto, a quantidade varia drasticamente dependendo do corte e, mais importante, de como você lida com essa gordura na cozinha.

O Erro Duplo: Corte Errado + Método Errado

O erro se manifesta em duas etapas:

  1. A Escolha do Corte (Onde a Gordura se Esconde):

    • Cortes Gordos: Picanha (com sua capa de gordura), costela, cupim, acém e contrafilé são exemplos de cortes com alta concentração de gordura saturada, tanto na capa visível quanto entremeada nas fibras (o marmoreio).

    • Cortes Magros: Filé mignon, patinho, lagarto, coxão mole e alcatra são significativamente mais magros e, portanto, opções mais inteligentes para quem se preocupa com o colesterol.

  2. O Método de Cozimento (Como a Gordura Fica no Prato):

    • Métodos Problemáticos: Fritar a carne em imersão de óleo, preparar um bife na manteiga, ou assar uma peça de picanha sem remover a capa de gordura são métodos que garantem que a gordura saturada original da carne (e muitas vezes, gordura adicional) vá direto para o seu prato.

    • Métodos Inteligentes: Grelhar, assar em uma grade (para que a gordura escorra), cozinhar na panela de pressão e depois descartar a gordura que se solidifica na superfície, ou preparar um bife em uma frigideira antiaderente bem quente com o mínimo de gordura (apenas para selar) são técnicas que ajudam a reduzir o teor de gordura final do prato.

Como Preparar a Carne Vermelha de Forma Inteligente

A solução não é necessariamente eliminar a carne vermelha, mas sim prepará-la de forma consciente para minimizar o impacto no seu colesterol.

  1. Compre de Forma Inteligente: Na próxima vez que for ao açougue, peça por cortes magros. Olhe para a carne: quanto menos gordura visível (branca) você vir, melhor.

  2. Apare a Gordura ANTES de Cozinhar: Este é o passo mais crucial. Antes de temperar ou levar a carne ao fogo, use uma faca afiada e remova toda a gordura visível das bordas da peça. Sim, isso inclui a capa de gordura da picanha. Ela pode dar sabor durante o cozimento, mas esse sabor vem a um custo metabólico alto.

  3. Escolha o Método de Cozimento Certo:

    • Para Bifes: Use uma grelha ou uma frigideira antiaderente bem quente. O calor alto sela a carne rapidamente, mantendo a suculência por dentro sem precisar de muita gordura.

    • Para Assados: Coloque a carne sobre uma grade dentro da assadeira. Isso permite que a gordura que derrete durante o cozimento escorra para o fundo da assadeira, em vez de ser reabsorvida pela carne.

    • Para Carnes de Panela: Após o cozimento, leve a panela à geladeira por algumas horas. A gordura vai subir e se solidificar na superfície. Com uma colher, você pode removê-la completamente antes de reaquecer e servir.

  4. Controle a Porção: Mesmo os cortes magros devem ser consumidos com moderação. Uma porção do tamanho da palma da sua mão é um bom guia.

Ao adotar essas práticas, você pode desfrutar do sabor e dos nutrientes da carne vermelha de forma mais segura, minimizando significativamente seu impacto sobre os níveis de colesterol ruim. A chave não é o medo, mas a informação e a técnica na cozinha.

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